Gaveta Anímica

As gavetas aqui disponíveis são livres para depositar as ânsias que trazes na alma, ou apanhar um pouco da alma das coisas que aqui se encontram.
Que todas as almas sejam livres para navegar os caudalosos rios da arte(vida) e desemboquem no grande oceano da vida(arte).
Sintam-se todos convidados.

quinta-feira, 3 de março de 2011

Desterritoriari é

Meninin Fufô
Euê vi vi

Preto véi subiu no morro do Gomes
Procurar espinheira santa
Pra curar muderna dor
Caboclo disse que ia chegar
Erva da terra há de se ouvir
Põe nos ouvido Fulô

quixabeira, gameleira, amoreira
emburana, jurubeba, porongaba
Aroeira

andiroba, gingiroba, embaúba
marapuama

joá do mato, joá bravo
Angico, sálvia
Quebra-pedra, copaíba
Umburana de cheiro

Não vi o vento acabar
Lá em cima do umbuzeiro
Euê quis
Euê vi
Casa de marrom
Da gente sentada na frente
O que querendo demais?

O tempo que quebrou
O brando de acordar
Em terra decidida que dá
Desterre e dará
Euê é longe

II

Cafeína, escapolamina, cefalexina
amoxilina, xilocaína, afetamina
sulfato de pseudo efedrina

secnidazol, sulfametoxazol
formol, etinilestradiol

A sacarose é branca
As aminas se heterocicliam

endorfina

vasilina

camisinha

A dor Ana
É a fumaça no ar
Queima e queima

Esse chão não é de terra!

A dor Ana

Árvore enfaixada com a raiz pra fora Seu Fulô?
Feixe de luz
Na mão minha viu os rios
Espalhou água nos olhos Seu Menino

Meninin Fulô
Euê vi vi

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