Gaveta Anímica

As gavetas aqui disponíveis são livres para depositar as ânsias que trazes na alma, ou apanhar um pouco da alma das coisas que aqui se encontram.
Que todas as almas sejam livres para navegar os caudalosos rios da arte(vida) e desemboquem no grande oceano da vida(arte).
Sintam-se todos convidados.

sexta-feira, 19 de março de 2010

Vale das Sombras

Andava indiferente a fantasia.
A arte que transbordava dos pequenos signos
lhe passava, passava...
Por exemplo, este momento de meditar
ao escrever uma poesia,
por ela não era compreendido.
Uma estátua sem memória.
Um monumento à inexpressividade
que inspirava dúvida aos transeuntes
da praça:
- Você está bem?

No afã de ser despercebida
criava um imenso vão entediante.
Árvore secular petrificada,
parece-me que nem uma brisa lhe tocara.

Não bailas a mudança das estações?
Que vale de sombras profundo!
Nenhum eu-lírico pôde te alumbrar.

Arthus Fochi, 19 03 10

2 comentários:

  1. oi irmão, estou pensando que esse atemporal monumento é aquela estátua da cantareira, estou certo?
    se sim, é uma reflexão que eu tive também uma vez, uma estátua lá, comemorando a existência d'alguém sem nome, sem vida, enfim, sua palavras bastam. beijo

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  2. não conheço essa estátua da Cantareira, mas tive a impressão que vc falava de pessoas que seguem suas vidas de maneira rígida e não se permitem compreender a arte do cotidiano...

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